07/03/2018
A intervenção musculoesquelética é uma das práticas que auxiliam a abordagem do comprometimento osteoarticular e abrange uma série de procedimentos, tanto diagnósticos quanto terapêuticos. Os procedimentos guiados pela ultrassonografia podem ser realizados com muita segurança, por exemplo, para orientar punções de cistos, abscessos e hematomas intramusculares, evitando, muitas vezes, um procedimento cirúrgico. “Outra punção guiada pela ultrassonografia muito utilizada é a aspiração de calcificação no interior dos tendões, nos casos de tendinopatia cálcica, trazendo alívio das dores em até 48 horas e sendo uma excelente opção de tratamento a ser realizado quando as medidas iniciais não surtem efeito”, comenta Dr. Mário Müller Lorenzato (CRM 94.228).
As infiltrações intra-articulares são utilizadas para o tratamento de casos de artrites, sinovites, bursites, derrames articulares e dor articular inflamatória refratária às medicações convencionais. Também são utilizadas em casos de osteoartrite, com uso do ácido hialurônico intra-articular, que melhora a viscosidade do líquido das articulações e tem, ainda, efeito antiinflamatório, melhorando a dor e a função articular.
O ultrassom pode ser utilizado para guiar as infiltrações intra-articulares e melhorar sua acurácia, principalmente em articulações profundas, em que há maior chance de erro de técnica. “A infiltração com corticosteróide guiada por ultrassonografia é um procedimento rápido, seguro e diminui o risco de lesão de cartilagem, tendão, nervo e/ou vasos”, comenta Dra. Leonor Savarese (CRM 158052).
Os procedimentos diagnósticos como biópsias ósseas, sinoviais e de partes moles são outra aplicação relevante da intervenção musculoesquelética. O radiologista musculoesquelético possui papel fundamental no diagnóstico diferencial das lesões, estadiamento locorregional e à distância e realização da biópsia percutânea guiada por imagem, respeitando a anatomia compartimental. “Nesses casos, a abordagem multidisciplinar é fundamental, com a participação do cirurgião, do radiologista e do patologista. A biópsia não é um evento inócuo e, se mal planejada, pode influenciar o tratamento, a morbilidade e o prognóstico do paciente”, comenta Dr. Mateus de Andrade Hernandes (CRM 125.633).