07/06/2019
Dra. Leonor Savarese é médica radiologista especialista em diagnóstico e intervenção guiada por imagem do sistema musculoesquelético.
Graças aos avanços da ciência e ao surgimento de novas tecnologias, a Radiologia vem passando por constantes mudanças e adaptações no decorrer dos últimos anos. Os equipamentos utilizados atualmente produzem imagens em altíssima resolução, que mostram as estruturas anatômicas com riqueza de detalhes, colaborando, assim, para a obtenção de diagnósticos cada vez mais precisos. Porém, para interpretar o que aparece na tela, os profissionais que se dedicam a essa especialidade precisam de um conhecimento específico e aprofundado, o que deu origem a subáreas do diagnóstico por imagem. Uma delas é a Radiologia Musculoesquelética, que tem como foco o estudo do aparelho osteoarticular, formado por ossos, articulações, músculos, tendões, nervos periféricos e partes moles adjacentes.
Relacionado à análise de patologias ortopédicas, reumatológicas e de Medicina Esportiva, esse é o principal campo de atuação da Dra. Leonor Savarese (CRM: 158.052), que faz parte do corpo clínico da Radiologia Especializada. Graduada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), com residência médica em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, especialização em Radiologia do Sistema Musculoesquelético e Doutorado pela mesma instituição, a médica destaca a importância de um laudo assinado por um subespecialista. “Esse profissional está sempre atualizado e familiarizado com as patologias associadas àquela determinada região do aparelho osteoarticular, além de conhecer os possíveis tratamentos, atentando-se para a descrição dos achados que farão a diferença para o médico solicitante na escolha do tratamento mais adequado”, esclarece Dra. Leonor.
Intervenção guiada
Dentro da Radiologia Musculoesquelética, a intervenção guiada por imagem ganhou evidência. A prática auxilia a abordagem, tanto diagnóstica quanto terapêutica, do comprometimento osteoarticular. Abrange uma série de procedimentos, que vão desde infiltrações até biópsias sinoviais, ósseas e de lesões de partes moles. O auxílio da ultrassonografia tem sido bastante incentivado na realização desses protocolos. O método pode ser utilizado para guiar as infiltrações intra-articulares e para melhorar a precisão dos resultados, principalmente em articulações profundas, em que há maior chance de erro de técnica. “As punções, as drenagens e as infiltrações, sejam intra-articulares, peritendineas ou perineurais, são mais precisas graças ao método ultrassonográfico. Na maioria dos casos, também são menos dolorosas. A infiltração com corticosteroide, por exemplo, é rápida, segura e diminui o risco de lesão de cartilagem, tendão, nervo e/ou vasos”, ressalta a especialista.
Na área da Reumatologia, por serem pouco invasivas e bem toleradas, as infiltrações se tornaram importantes recursos para o tratamento de pacientes, sobretudo aqueles com doença inflamatória osteoarticular. Também são coadjuvantes valiosos em terapias que incluem várias condutas, medicamentosas ou não, fazendo parte do conceito de multiplicidade de intervenções precoces em situações que têm potencial de evoluir para perdas funcionais irreversíveis. O método é empregado, ainda, para orientar punções de cistos, de abscessos e de hematomas intramusculares, evitando, muitas vezes, um procedimento cirúrgico. Em casos de tendinopatia cálcica, pode ser realizada a punção e a aspiração de calcificação no interior dos tendões. Segundo Dra. Leonor, essa é uma excelente alternativa quando as primeiras medidas conservadoras não surtem efeito.
Outra aplicação pouco difundida, mas muito relevante, é a alcoolização de neuromas guiada por ultrassonografia, como o neuroma de Morton, patologia comum e que nem sempre responde ao tratamento clínico inicial, e os neuromas de coto, em pacientes amputados e com dor neuropática refratária. “Nem todo mundo tem conhecimento sobre a existência das subespecialidades dentro da Radiologia. Esse universo é muito amplo. Os pacientes devem selecionar o médico que irá fazer o relatório do exame, realizar o exame ultrassonográfico ou algum procedimento guiado por imagem com o mesmo critério que escolhem o médico clínico, baseando-se em uma relação de confiança, na competência técnica e na qualidade de atendimento”, finaliza.
Fonte: https://www.reviders.com.br/edicoes/editoria/publieditorial/radiologia-musculoesqueletica/